O outono é uma estação do ano que se inicia no Hemisfério Sul em 21 de março. Além da queda das folhas, a estação também é caracterizada pela queda da temperatura e da baixa umidade do ar, fatores que agravam as doenças respiratórias e facilitam a disseminação do vírus que causa infecções. Em entrevista ao Diário do Rio Doce o médico infectologista Aloísio Sales Proba contou que, além do agravamento nos casos de bronquite ou infecção, neste período do ano é a rinite que chama mais atenção. Segundo ele, a causa é a irritação que temperaturas mais baixas, que fogem do habitual, causam ao sistema respiratório.
“No outono, temos uma incidência muito alta de alergias e infecções respiratórias, como rinite, bronquite, asma, sinusite e até conjuntivite. Em termos de alergias respiratórias, neste período do ano entra em evidência a rinite, que se destaca pelo aumento de casos. De forma geral, ela é caracterizada por conjuntos de espirros, coriza, nariz entupido e com coceira. Mas, além disso, a asma, bem como sinusites e conjuntivite alérgica também se evidenciam nesta época mais ‘fria’ do ano. Tudo graças à irritação que o clima mais frio e seco causa”, disse.
Aumento das infecções virais
Ainda de acordo com o médico, mudança climática como esta favorece o aumento das infecções virais. “A baixa temperatura e baixa umidade do ar favorecem esta transmissão. Então as pessoas ficam mais sujeitas a uma infecção, além das reações alérgicas, uma vez que as baixas temperaturas têm uma ação irritante no aparelho respiratório e isso aumenta a população de fungos e ácaros no ar, favorecendo tanto as infecções quanto os quadros alérgicos”.
A funcionária pública Rosilene Fernandes do Nascimento, de 41 anos, moradora no Nova Vila Bretas. Ela há 15 anos sofre neste período. Somente o uso de remédios ajuda a controlar os sintomas.
“Eu sofro com sinusite. Qualquer mudança no tempo eu já sinto a diferença. Além disso, tenho rinite alérgica há 15 anos e não é fácil. Hoje, para melhorar, eu tomo remédios antialérgicos e, às vezes, até antibiótico. Geralmente sinto muita dor de cabeça nos seios da face, tosse e nariz secos”, contou.
Está com sintomas? O que fazer?
O acometimento do aparelho respiratório pode acontecer tanto por causa de alergia ou por infecção, por isso, é importante que pessoas com histórico de sintomas fazer o exame para diferenciar se é alergia ou infecção. Uma vez que a consulta é diferente para cada caso. Segundo o médico, quem apresenta sintomas com mais frequência, a primeira coisa é procurar um especialista para que ele identifique se é alérgico mesmo, uma vez que nem sempre é alergia, podendo ser uma irritação por causa da mudança de tempo, da umidade do ar, por exemplo.
“A identificação do fator causal é primordial. Uma criança que tem infecção de retenção e que não tem um processo alérgico, as medidas são realmente de prevenção de um caso faccioso. A criança que tem alergia, diagnosticada por exames de sensibilidade, tem tratamento individualizado, atendendo a sensibilidade de cada um”, contou.
Prevenir é sempre a melhor saída!
Tendo em vista que a mudança constante de clima pode ser uma grande vilã para a saúde, a prevenção pode estar onde menos esperamos: na luz do sol. Neste caso, uma cortina aberta pode fazer toda a diferença.
De acordo com o médico, uma criança alérgica a ácaro, por exemplo, deve sempre manter a casa ventilada e bem iluminada, afinal, a claridade vai eliminar os ácaros. Em casa de poeira ou mofo, as recomendações deixadas pelo especialista são as mesmas. Além disso, segundo ele, manter a casa sempre limpa, livre de poeira e pôr uma bacia com água no quarto podem ajudar.