“Foram nove meses de muita ansiedade. Lágrimas, sorrisos e aquela imensa expectativa até o finzinho. Hoje, o sonho se realizou: nasceu Sasha, a filha de Xuxa.” As palavras da apresentadora Fátima Bernardes no Jornal Nacional daquele 28 de julho de 1998 dão início a uma série de reportagens, que totalizam quase dez minutos, sobre a chegada de Sasha ao mundo.
Vale o Google para começar a tentar entender o que é estar na pele da nossa mulher da capa, que, com todos os privilégios que a vida lhe deu, tem mil e uma questões sobre si mesma, onde está e para onde vai. “Por muito tempo, achei que me desassociar da imagem da minha mãe fosse algo muito importante”, diz. “E, com o tempo, entendi que isso nunca vai acontecer. E nem precisa. Só não quero que me chamem para trabalhar por causa disso, sabe? Prefiro que me conheçam e, depois, se houver interesse, ok.”
Para que a conhecessem, então, a menina tímida carioca, flagrada desde o dia 1 por paparazzi, começou a baixar a guarda. Em 2016, abriu o perfil no Instagram para dar apoio ao início da carreira como modelo. Não precisou nem de seis meses para conquistar 1 milhão de seguidores. No mesmo ano, mudou-se para Nova York e passou a compartilhar um pouco da vida de jovem mulher independente morando fora, além de cliques ao lado de amigas famosas (ahãm, Bruna Marquezine entre elas).
Aí os números dispararam… Agora são 7,2 milhões de pessoas acompanhando a rotina dela, que inclui a volta ao Brasil (desde o início da pandemia) e um novo e carinhosíssimo amor. Trata-se do cantor gospel João Figueiredo, de 21 anos, de quem se aproximou em uma viagem missionária para Angola. Os dois se tornaram melhores amigos, a amizade virou namoro e a parceria é daquelas de encher os olhos e o coração. João, inclusive, a acompanhou durante a sessão de fotos destas páginas, realizada em uma fazenda no interior paulista (seguindo todas as recomendações de segurança para prevenção da Covid-19, claro).
Falando em corona… A pandemia, como fez com todos, revirou a vida de Sasha. Prestes a se formar em design de moda na Parsons, em Nova York, ela voltou às pressas para o Brasil quando o vírus deu as caras por lá. “Isso acabou acelerando o namoro e nos aproximando mais. João teve um tempo com a minha família que não teria tido, eu tive um tempo com a dele que também não teria existido…” Isso as redes não mostraram (tanto), porque, segundo Sasha, o que é de verdade, de verdade mesmo, fica guardado a sete chaves. “É uma forma de me proteger de opiniões que surgem de todos os cantos, de me conectar com o que quero e manter meus valores.” O que ela faz questão de escancarar? A vida profissional, oras! Não nega, por exemplo, que o conceituado curso de moda passou longe das suas expectativas. “Quando realmente entendi como a indústria funciona, liguei para a minha mãe e falei que queria desistir”, conta.
Em vez da medida drástica, encontrou um caminho possível na especialização focada em sustentabilidade. É este pilar que ela carrega consigo desde então para no futuro, quem sabe, criar a própria marca. “Preciso devolver ao planeta de alguma forma.” E ela o faz em sua primeira coleção como estilista, criada em parceria com a Cantão a partir do conceito do consumo consciente. “Não se muda o mundo do nada. Mas grandes transformações começam aos poucos.” Sim e sim. Mais sobre a busca de Sasha pela aprovação que mais importa – a dela mesma, e não a do País inteiro – na entrevista a seguir. Obrigada pela abertura, Sá!