Em tempos de retorno ao convívio social, medo de contágio e confusão de sintomas podem causar ansiedade na população
Desde que a pandemia da covid-19 se instalou no Brasil, no início de 2020, muitas incertezas acerca da doença também se disseminaram entre os brasileiros.
Hoje, após mais de um ano e meio, com o avanço da vacinação e o número de infectados sendo controlado dia após dia, surge uma nova razão para a insegurança de muitos brasileiros: estamos prontos para retornar ao convívio social?
As principais dúvidas estão diretamente ligadas à incerteza que o vírus causa sobre possibilidades de contágio, identificação por parte do infectado, diagnóstico, cura e, por fim, se o pesadelo que tirou tantas vidas tem prazo para terminar.
E não se sinta culpado se tais publicações te levaram a um riso leve. Saiba que, apesar do tom de humor, esses memes refletem um assunto sério e presente no cotidiano: a preocupação constante de muitas pessoas quanto aos riscos da pandemia.
A psicóloga valadarense Juliana Maciel constatou aumento na quantidade de pacientes que buscaram ajuda psicológica profissional desde o ano passado.
“Notei um grande crescimento na procura pelo meu serviço desde a chegada da pandemia. Os casos mais comuns são pacientes com transtornos de ansiedade e transtornos depressivos”, conta.
Entretanto, uma outra curiosidade relatada pela profissional é o fato de alguns pacientes confundirem sintomas psíquicos com a manifestação do vírus.
“Principalmente o sintoma de falta de ar é um sintoma da covid e da ansiedade. Visto que ansiedade é o medo e a preocupação com uma ameaça futura, podemos dizer que a covid é uma dessas ameaças. As pessoas ficam com medo do que vai acontecer pela frente: de ser infectadas pelo vírus, de ter algum parente ou amigo infectado, de ficar sem emprego, sem estudo, de cuidar dos filhos que ficam em casa, de querer saber quando a pandemia terá um fim etc.”
Ainda de acordo com a psicóloga, o cenário pandêmico pode ser responsável pelo alto índice de surgimento de doenças psíquicas. Isso porque o excesso de medo, a preocupação, o isolamento social e, principalmente, o luto vivido pela perda de familiares e demais entes queridos podem resultar em ansiedade e evoluir para um quadro de depressão.
Para quem sofre com esses problemas, existe solução
Enquanto não se sabe quando tudo isso terá definitivamente um fim, Juliana Maciel destaca a importância de continuar seguindo as recomendações da OMS, não só como forma de prevenção e redução dos riscos de contágio, mas como uma ação geradora de tranquilidade, para voltar às atividades sem possíveis problemas.
“Assim, essas pessoas se sentirão mais tranquilas e confiantes. É importante também essas pessoas cuidarem da saúde mental, mantendo hábitos saudáveis de vida, como alimentação, atividade física e meditação. Fazer terapia seria fundamental nessa fase”, recomenda.
A psicóloga ainda destaca que, se necessário, deve-se contar com a ajuda profissional de psicólogos e/ou psiquiatras e dar atenção à saúde da mente.