Pais ainda não acham seguro os filhos voltarem para as salas de aula
58 instituições de ensino em Governador Valadares já deram o sinal verde para a retomada de atividades presenciais, aprovados pela Prefeitura Municipal. Na última quinta-feira, dia 18, as aulas presenciais em algumas escolas do município foram retomadas. No entanto em meio a incertezas sobre o plano de retomada das aulas presenciais, ou medo da contaminação pelo novo coronavírus, alguns pais em Valadares já tomaram uma decisão: não vão deixar seus filhos retornarem para a sala de aula. Pelo menos, por enquanto, até que seja “100% seguro”.
O DRD ouviu a opinião de alguns pais a respeito do retorno presencial dos filhos para não ficarem sem estudar em casa.
O retorno dos alunos para as escolas deverá obedecer às medidas de segurança sanitárias prescritas pelos órgãos de saúde pública de cada município, como uso de máscaras, álcool gel e de distanciamento social. Os pais dos alunos têm a autonomia de decidir se os filhos devem ou não voltar para sala de aula. Com isso, a maioria das escolas estão seguindo o modelo “híbrido”.
A escolha gerou ainda mais polêmica entre pais, professores e diretores de escolas na cidade.
A jornalista Mara Borges é mãe de dois filhos, uma filha de quatro e um adolescente de 14 anos. Ela conta que ainda mantém a resistência de não deixar o filho mais velho voltar à sala de aula.
“Sim eu sou resistente, [e] partindo do princípio que a doença está circulando e os casos ainda estão em alta, eu não acho que crianças devam voltar às aulas presenciais. Para segurança delas e de seus professores”, diz.
Mara acredita que o ensino on-line está tendo resultados em casa. “Sugiro aulas on-line diárias e tarefas entregues pela escola para um melhor acompanhamento do aluno. Meu filho está ciente da gravidade da situação e está se esforçando para desenvolver junto com a professora seus trabalhos. Minha filha de 4 anos ainda não foi para a escola, mas também já conversei com ela sobre a necessidade de ficar em casa e desenvolver junto com a professora os trabalhinhos da escola. Que a brincadeira com amigos vai ficar para depois de tudo resolvido”, comentou.
A dona de casa Regina Roza, mãe de três filhos, também acredita que devido aos números de casos da Covid-19 em Valadares, ainda não é seguro as crianças retornarem para a sala de aula. “Realmente é uma questão que a gente vai precisar olhar com carinho. A gente sabe que os números da doença não estão caindo. Uma das minhas maiores preocupações é quanto ao uso da máscara por muito tempo dentro de sala. Ele entra no colégio às 7h30 da manhã e sai às 13 horas. Portanto estou bem preocupada. Com a questão da higiene, a gente vai só saber dia a dia como será. Concordo que os pais que não se sentem seguros com este retorno, não deixem seus filhos irem para a sala de aula até quando for realmente seguro”, opinou.
A administradora Tatiana Santos também não concorda com o retorno presencial, mas não aprovou o ensino remoto em casa. “Em casa não tem como estudar, nem todos conseguem manter a atenção, acho que dentro da sala de aula o ensino é melhor. Mas o retorno tem que ser com segurança”, comentou.
“O momento é de ter empatia com a decisão dos pais”, diz coordenadora pedagógica
A coordenadora pedagógica do Ensino Fundamental dos Anos Iniciais – 1° ao 5° ano, do Colégio Ibituruna, Millena Mendes, acredita que este momento é de equilíbrio nas tomadas de decisões, pois “ninguém é obrigado a voltar para sala de aula”.
Millena disse que nos primeiros dias, após o retorno das aulas presenciais, professores e alunos tiveram que se adaptar à nova realidade com as normas de segurança, para evitar ao máximo o contágio do vírus. “Em primeiro lugar, neste momento, o mais importante é oferecer uma educação de qualidade para os alunos, independentemente da forma que for escolhida, on-line ou em sala”, disse a coordenadora.
“O Colégio Ibituruna oferece para seus alunos as modalidades de ensino on-line, presencial ou híbrido. Porque dessa maneira nós conseguimos garantir e respeitar a escolha das famílias, especialmente neste momento. Temos famílias que tomaram a decisão de continuar on-line e outros que não. Respeitamos a opinião e o desejo de cada um. Nosso colégio conta com estrutura física com salas presenciais com todos os recursos tecnológicos. Também contamos com cabines de estúdio que foram criadas exclusivamente para o formato on-line”, concluiu Millena.
Fonte: Diário do Rio Doce – drd.com.br