O pai da mulher morta a facadas dentro de uma viatura da PM, no interior de Minas, será indenizado em R$ 70 mil por danos morais. A decisão publicada nessa sexta-feira (6) é da 4ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Em agosto deste ano, a Justiça já havia determinado que a mãe e os três irmãos da vítima fossem indenizados em R$ 110 mil.
O crime foi em outubro de 2017 em Teófilo Otoni, no Vale do Mucuri. Laís Andrade Fonseca, de 30 anos, havia chamado a polícia depois de perceber que era monitorada por uma câmera instalada pelo ex-companheiro dentro do banheiro de casa. A vítima e o ex eram levados em uma viatura da PM para a Delegacia de Teófilo Otoni, quando o homem cometeu o crime
A quantia de R$ 70 mil foi determinada pela juíza da 1ª Vara Cível de Teófilo Otoni, Juliana Mendes Pedrosa, em reparação moral. Para o desembargador Moreira Diniz, o valor arbitrado ao homem é razoável e adequado às circunstâncias do caso.
Primeira decisão
Na primeira quinzena do mês de agosto, a Justiça condenou o Estado de Minas Gerais a indenizar a mãe e os três irmãos da mulher em R$ 110 mil.
Na época, a defesa do Estado justificou que a morte da mulher ocorreu por ação de terceiros, argumento que não foi aceito pela Justiça. Para o desembargador do caso, os policiais não podiam transportar os detidos sem a adoção de medidas de segurança.
Além disso, o desembargador apontou que somente o fato de o ex-companheiro ter colocado um dispositivo para filmar a mulher no banheiro já era suficiente para indicar aos policiais que a relação entre o casal não era amistosa.
Entenda o caso
O casal era levado de Pavão (MG) para a delegacia de Teófilo Otoni quando o crime aconteceu. Os dois eram conduzidos após Laís Andrade Fonseca ter denunciado que o ex, Valdeir Ribeiro de Jesus, de 34 anos, tinha instalado uma câmera dentro do banheiro da casa dela.
Quase ao fim do trajeto – de aproximadamente 96 quilômetros – Valdeir atacou a mulher com uma faca, depois golpeou o próprio pescoço e saltou da viatura. Ele foi capturado e preso, já a mulher não resistiu aos ferimentos e morreu ainda dentro do veículo.
Na época, o homem confessou que instalou os aparelhos porque desconfiava que a mulher estaria em um novo relacionamento. Ele foi condenado a 24 anos de prisão em 2018.